Vi o post em outro blog, reproduzirei alguns trechos:
Sedução em relacionamentos longos
Antes de criticar nossa esperança por “dicas infalíveis”, quero explicitar minha abordagem aqui. Em geral, quando falamos em conquista ou sedução, pensamos no universo dos solteiros e dos recém-namorados. Ou, se o discurso se destina a casais mais antigos, toda a abordagem se resume a resgatar a paixão inicial, “apimentar a relação”, voltar ao mundo de possibilidades dos recém-namorados. Pois bem, isso não me interessa já que tal abordagem ignora a realidade presente do casal. E mais: mesmo entre os solteiros, ela é ingênua e pouco eficaz, como vou explicar adiante.
Nossa própria definição de “sedução” é restrita e enviesada, só contemplando o que acontece no começo, não no meio. Como se daria a sedução entre duas pessoas casadas há 20 anos ou 30 anos? E como essa perspectiva poderia aprofundar a dinâmica da sedução entre solteiros?
Solteiros e casados (ou namorados)
Solteiros e solteiras, olhem bem para os casados. Observem a naturalidade do homem ao tratá-la como sua e a a confiança dela em se mover pra todo lado sem precisar ser o centro das atenções do parceiro o tempo todo enquanto estão juntos. E então experimentem oferecer a mesma naturalidade e confiança logo no primeiro encontro com qualquer pessoa, afinal essa estranha seria sua mulher por uma noite, esse desconhecido será seu homem por algumas horas.
Casados, olhem para os solteiros. Ignorem a paixão inicial, aquela coisa de não se desgrudar e se perder em deslumbramento. Notem, porém, a curiosidade de um pelo outro. E então experimentem não saber e se surpreender com o outro e consigo mesmo.
Reparem também na necessidade dos solteiros em conhecer, saber de tudo do parceiro e, por outro lado, no impulso de se descrever e contar todo o passado um para o outro. E se vocês invertessem esse movimento? E se começassem a se desconhecer? Eis um caminho quase impossível ao solteiro pois ele encontra prazer no sucessivo conhecer…
Desconhecer, não saber, não antecipar, não prever as ações do outro. Perguntar sobre o futuro, contar sonhos e vontades, abrir espaço para aquilo que o outro sempre quis ser. E quando essas mudanças ocorrerem (da primeira gravidez ao alzheimer), contemplar aquilo que segue intacto.
Se a sedução inicial está mais ligada ao impulso de agarrar e conquistar (o corpo, a mente, o mundo do outro), a sedução mais experiente é uma espécie de magnetismo, um mistério que faz com que ambos sigam juntos e não se afastem como amigos que passam anos distantes. Uma atração que existe desde o começo, confundida com sexo e paixão, e depois de algum tempo pode ser vivida mais diretamente como apenas uma motivação para ficar junto.
Ora, é essa motivação o Santo Graal de qualquer bom Don Juan. Não uma noite de sexo, mas total entrega. Não algo pontual, mas o desejo de ficar junto. O que mais queremos, desde a primeira noite, não é provocar tesão, paixão, prazer, admiração, nada disso. É criar magnetismo, a ponto do outro vir em nossa direção mesmo quando não fazemos esforço algum.
Sem estratégias
Diante desse magnetismo impessoal, todos os métodos de sedução (PuA e afins) perdem o sentido. E, sim, minha motivação aqui é ajudar as pessoas a parar de gastar dinheiro com workshops e cursos desse tipo.
O método supremo de sedução se resume a não ter estratégias. Esse é o golpe mais baixo que você pode usar com uma mulher. Vá a um encontro sem estratégias, sem esperar sexo, sem tentar beijar, sem tentar alegrá-la, sem se mostrar perfeito, sem tentar nada, sem esforço.
O homem que faz isso sabe que ele não tem poder de criar tesão, amor, paixão, felicidade… Ele sabe que o magnetismo ocorre naturalmente, como que vindo do céu ou da terra. Basta que ele não obstrua esse fluxo com suas tentativas de conseguir algo.
Então ele apenas fica lá e vive, lidando com cada coisa que surge. Se surge timidez, ótimo. A timidez não é problema algum pois ele não está tentando nada. Então ele pode até confessar sua timidez, rir dela com a mulher, fazer um brinde à timidez e então abrir espaço para que outras coisas surjam no lugar da timidez. Não há oposição, luta, desconforto ou ansiedade de mudar, ingredientes que fariam a timidez crescer e imperar.
Ele vai sem a pretensão de fazer a diferença na vida da mulher. É por isso que às vezes as pessoas dizem: “Não dê a mínima, não ligue, não mostre que está interessado, aí sim elas ficam loucas”. Não é bem a indiferença ou a sensação de que algo mais precisa ser feito para fisgá-lo (ainda que isso exista na superfície), mas é a leveza de ter alguém ao seu lado que não precisa de você e de quem você não precisa. Isso é muito mais excitante do que imaginamos. No fundo, odiamos quando alguém precisa de nós e não suportamos quando precisamos de alguém porque sentimos que estamos sendo um incômodo. Desejamos apenas estar, sem nada puxando (de dentro ou de fora). É assim que começa uma boa relação.
Desistir da responsabilidade pela felicidade dos outros. E não só da felicidade. O mesmo processo se aplica ao prazer sexual…
“Como dar prazer a uma mulher?”
Pergunta que recebi no widget lá de cima:
“Como saber como acariciar uma mulher na cintura, seio, pescoço, orelha ou em outro lugar sem ser a vagina ou o clitóris, deixando-lhe louca?”
Parece meio maluco isso, mas o grande segredo pra dar prazer a uma mulher é não se preocupar em dar prazer a ela. ;-)
Lembre-se de sua mãe lhe oferecendo aquele doce que ela passou a semana fazendo. Ela corta para você, lhe entrega o prato, senta do seu lado e fica olhando sem piscar enquanto você come. Um inferno, não? Agora lembre como era gostoso pegar esse mesmo doce de madrugada na geladeira. Prazer bom é aquele que surge, não o esperado, planejado, tentado. Não aquele que vem com esforço, necessidade, ansiedade e expectativa.
Cara, as mulheres já são loucas! Você não tem chance alguma se quiser deixá-las loucas. Você não tem esse poder, desista.
Em relação ao toque, lembre-se de você, de braços esticados, cheio de tensão, quando tocava o peito dela meio que à distância em suas primeiras transas. Pegava na bunda como se fosse algo alienígena. Ou ela que tocava seu pau e não sabia o que fazer. Depois você começou a tocar o corpo inteiro, não apenas o peito, mas tudo, passando pelo peito, claro, não apenas a bunda, mas o corpo. Sem distância, sem medo, relaxado.
Se comparar, o toque é o mesmo, o que muda é nossa presença interna. Pois é isso: aprender massagem e saber como usar K-Y com propriedade bem antes da penetração é ótimo, mas o que faz a diferença é o que você oferece internamente com seu toque. E o melhor que você pode oferecer é um amplo espaço, uma abertura relaxada, para que o prazer se instale. Ou seja, quanto mais prazer você estiver sentindo, maior a abertura que vai oferecer para que o prazer surja nela também.
Você não tem o poder de dar prazer pra ninguém, meu caro.
Para ler na íntegra, acesse o nao2nao1
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